Eu percebo que, hoje em dia, o vendedor não pode atuar só em função de metas e comissões. Inegavelmente, a busca por resultados ganha força quando o trabalho se conecta a causas que transcendem o produto ou serviço. Isso porque os vendedores desempenham um papel muito maior do que somente fechar negócios: eles influenciam hábitos, moldam comportamentos e conectam produtos e serviços a necessidades reais.
Quando esse trabalho se orienta por propósito e consciência, ele deixa de ser transacional e passa a ser transformador. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, lançados em 2015 e que reúnem 17 metas para solucionar desafios globais até 2030, propõem uma visão ampla de progresso econômico, social e ambiental. Ao integrá-los à área das vendas, criamos uma nova forma de pensar e agir no mercado. E isso começa ao desenvolver competências comerciais alinhadas a esses compromissos coletivos com o futuro.
Por que os ODS importam para a área comercial?
Os ODS não foram pensados apenas para governos e grandes corporações. Eles também se aplicam às pequenas empresas e, claro, aos vendedores. Afinal, o profissional de vendas está na linha de frente dia após dia. Ele ouve o cliente, identifica necessidades, oferece soluções e influencia decisões. Se essa atuação se conectar com metas sustentáveis, o impacto positivo se multiplica em escala e profundidade.
Além disso, os consumidores estão bastante atentos. Muitos querem saber se as marcas que consomem respeitam direitos, cuidam do meio ambiente e promovem igualdade. Portanto, o vendedor que conhece os ODS tem vantagem competitiva. Ele demonstra que não vende só produtos ou serviços, mas também valores. Essa postura atrai confiança e fidelidade, dois ativos valiosos em qualquer processo de venda.
Outro ponto importante envolve o próprio bem-estar do vendedor. Em minha trajetória, pude perceber que trabalhar com propósito aumenta a motivação e a sensação de realização. Então, vender um produto ou serviço que contribui com os ODS não é só cumprir metas, é fazer parte de uma mudança real. Isso gera orgulho, fortalece vínculos com a empresa e reduz o estresse do dia a dia.
Também vale destacar que, ao se alinhar aos ODS, o vendedor desenvolve uma escuta mais ativa e sensível. Ele passa a entender o cliente não apenas como alguém que compra, mas como uma pessoa com dores, sonhos e princípios. Esse olhar humano enriquece a negociação e abre espaço para relações duradouras.
Porém, adotar os ODS na rotina comercial não significa perder o foco nos resultados. Pelo contrário, significa ampliar o conceito do que é um bom resultado. Vender bem, com ética e responsabilidade, passa a ser o novo padrão. E quem se adapta a esse padrão conquista espaço em um mercado cada vez mais exigente.
Quais são as competências comerciais alinhadas aos ODS?
Eu vejo que algumas habilidades são indispensáveis quando se deseja integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável às vendas. Como meu trabalho está alinhado aos ODS 3, 4, 5, 8 e 18 justamente por eu perceber neles as orientações necessárias para desenvolver competências comerciais, vou comentar sobre cada um deles abaixo.
ODS 3
No caso do ODS 3 (Saúde e Bem-Estar), a empatia assume papel central. O vendedor que dá atenção real às condições de saúde e bem-estar do cliente identifica necessidades de apoio e sugere soluções que promovem qualidade de vida, o que aumenta a credibilidade. Em seguida, ele reforça o valor do produto ou serviço ao relacioná-lo a resultados concretos de bem-estar.
ODS 4
Por outro lado, o ODS 4 (Educação de Qualidade) exige do vendedor a habilidade de aprender constantemente sobre a área comercial, comportamento humano e afins. Com novos conhecimentos, esse profissional pode explicar detalhes do produto ou serviço de forma simples, orientar sobre melhores usos e oferecer dicas práticas que ampliam o entendimento do cliente. Juntamente com isso, ele aproveita cada contato para compartilhar informações úteis e transforma a venda em experiência de aprendizado.
ODS 5
Já para o ODS 5 (Igualdade de Gênero), a atenção ao discurso e ao comportamento faz toda a diferença. O vendedor realmente preparado utiliza uma linguagem respeitosa, evita estereótipos e garante oportunidades iguais de acesso ao produto ou serviço. Logo, o cliente percebe a postura de respeito à diversidade e associa a marca a valores de equidade. Igualmente, o respeito pelos outros vendedores do time, sejam eles homens ou mulheres, se faz necessário para o bom ambiente no trabalho gerar resultados positivos.
ODS 8
No âmbito do ODS 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), a negociação ética ganha amplo destaque. Cada vendedor que oferece condições justas de pagamento, prazos realistas e suporte adequado valida o compromisso com o desenvolvimento saudável da economia e da própria sociedade em si. Posteriormente, esse cuidado reforça a confiança e cria relações comerciais duradouras. Para isso funcionar, a empresa precisa oferecer as melhores condições de trabalho possíveis para a equipe comercial desempenhar suas funções.
ODS 18
Por fim, o ODS 18 (Igualdade Étnico-Racial), desenvolvido no Brasil por conta da nossa realidade e que não faz parte dos outros 17 objetivos globais, tem tudo a ver com sensibilidade cultural. Para mim, o vendedor que reconhece e valoriza diferentes origens adota uma abordagem respeitosa, personaliza a comunicação conforme o perfil de cada público e evita vieses que possam ofender de alguma maneira. Dessa forma, ele abre espaço para novos mercados e constrói uma reputação inclusiva no segmento de vendas.
Leia também: A influência da cultura organizacional no desenvolvimento de vendedores
Como desenvolver essas competências no dia a dia?
O desenvolvimento dessas competências comerciais começa com pequenas atitudes:
– Estudar: recomendo começar cada dia com um estudo rápido dos ODS. Ler um resumo sobre um objetivo específico fornece repertório para uma conversa informativa com o cliente. Depois, anotar situações de aplicação prática dentro da empresa ajuda a ter exemplos à mão. Conhecer os ODS e entender como cada objetivo se relaciona com o próprio produto ou serviço já transforma a abordagem comercial;
– Observar: outra atitude interessante é observar o próprio discurso. Em vez de apenas repetir roteiros de vendas, o vendedor pode adaptar as falas para mostrar que entende as preocupações do cliente. Um exemplo: ao falar sobre um produto ou serviço sustentável, o ideal é explicar como ele ajuda a reduzir desperdícios ou a gerar economia de energia;
– Propor: o vendedor pode propor melhorias internas. Se perceber que algum processo da empresa fere os princípios dos ODS, ele deve sugerir alternativas. Essa postura ativa demonstra liderança e reforça o compromisso com a mudança. E mais: mostra ao cliente que a empresa se preocupa com algo maior que o lucro;
– Escutar: também recomendo praticar a escuta ativa em todas as conversas. Isso significa prestar atenção de verdade no que o cliente fala, identificar valores comuns e indicar soluções coerentes. Com o tempo, esse hábito se transforma em diferencial competitivo porque o cliente sente-se compreendido e valorizado;
– Conversar: a troca com outros vendedores ajuda muito. Conversar sobre boas práticas, compartilhar experiências e aprender com erros torna o desenvolvimento mais leve e efetivo. O crescimento profissional não precisa ser solitário. E quando ele se conecta com os ODS, torna-se ainda mais inspirador.
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