Infelizmente, a desigualdade sempre foi um obstáculo para o desenvolvimento econômico e social. Principalmente mulheres, indígenas e afrodescendentes enfrentam desafios que vão além da falta de oportunidades. O fato é que são séculos de exclusão que ainda refletem no mercado de trabalho e no acesso a direitos básicos.
Sendo assim, o progresso depende de iniciativas concretas para mudar esse cenário, e é aqui que entram em ação os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 e 18, da Organização das Nações Unidas (ONU). E como empresa signatária do Pacto Global – Rede Brasil, meu trabalho visa trazer reflexões sobre o caminho para obter um mercado mais justo e inclusivo, por meio de ações de conteúdo, como palestras e treinamentos empresariais.
ODS 5: igualdade de gênero como base para o crescimento sustentável
O ODS 5 tem como foco alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres. No contexto do mercado, isso significa eliminar barreiras invisíveis que limitam o potencial feminino, como mostram os Dados do Ministério do Trabalho e Emprego que revelaram que mulheres ainda recebem 20,7% menos que homens no Brasil.
Além da disparidade salarial, a representatividade em cargos de liderança permanece baixa, com menos de 38% das posições de líderes ocupadas por mulheres no Brasil, segundo pesquisa da FIA Business School. Esses números nos revelam um desperdício de talentos e perspectivas que poderiam transformar o cenário econômico do nosso país.
Porém, vale ressaltar que a igualdade não significa apenas pagar salários justos e pronto. É preciso tomar decisões como a implementação do ODS 5, a fim de tornar mais viável oferecer condições reais para que as mulheres cresçam e se desenvolvam.
ODS 18: combate à desigualdade étnico-racial e seus impactos na economia
O ODS 18 se concentra em combater os processos históricos de discriminação e desigualdade que afetam povos indígenas e afrodescendentes no Brasil. Esse é um Objetivo Sustentável que foi desenvolvido aqui no Brasil, em função de nossa realidade, não fazendo parte dos 17 objetivos globais, mas que está recebendo cada vez mais força.
A partir disso, é possível conceber a ideia de que esta meta reconhece que o preconceito não é apenas uma questão moral, mas um obstáculo concreto ao desenvolvimento econômico.
Para você ter ideia do quão grave é a questão da desigualdade étnico-racial no Brasil, de acordo com um estudo do Núcleo de Estudos Raciais (NERI), do Insper, os trabalhadores negros deixam de receber R$ 103 bilhões mensalmente por conta da desigualdade racial. Obviamente, essa situação gera exclusão de talentos e limita o potencial de consumo de populações marginalizadas. E quando uma parte considerável da população permanece à margem das oportunidades econômicas, todos perdem.
Nesse sentido, implementar o ODS 18 é um bom ponto de partida — ou de relargada. Porém, isso exige políticas afirmativas consistentes, como processos seletivos com igualdade para todos e programas de capacitação direcionados a pessoas que sofrem pelas desigualdades, por exemplo. Outra questão importante: pensando nas empresas e no novo perfil de consumo das gerações mais novas, que escolhem as marcas por afinidade aos valores, é interessante considerar as questões de igualdade, equidade e inclusão para se manterem no mercado.
Como empresas e governos podem impulsionar a mudança?
Comprometimento é a palavra-chave na hora de implementar os ODS 5 e 18 no mercado de trabalho. Com relação a isso, eu pontuo os seguintes tópicos:
– Reconhecer os benefícios da diversidade: este é o primeiro passo para impulsionar a mudança. Afinal, as empresas que adotam políticas inclusivas percebem ganhos em produtividade, como mostra um estudo do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR);
– Papel do governo: novas políticas públicas que incentivem a contratação de mulheres, indígenas e afrodescendentes vão ajudar a equilibrar o mercado em termos econômicos (geração de renda, compras, etc.);
– Educação e capacitação: investimentos em cursos (técnico, profissionalizante ou graduação), formações e treinamentos nestas áreas também são fundamentais para que essas populações possam acessar melhores oportunidades de emprego e empreendedorismo;
– Ações em conjunto: programas de mentoria e incentivos fiscais para negócios liderados por grupos historicamente excluídos são estratégias que vão gerar impacto positivo.
Afirmo com todas as palavras: criar um mercado mais justo e inclusivo depende de uma mudança estrutural que só acontecerá com esforços coordenados entre setor público, privado e sociedade civil.
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Líderes, apresentem-se.
A mudança estrutural no mercado também precisa passar pelo topo. Sem dúvida, os líderes empresariais e gestores têm o poder de adotar políticas inclusivas e garantir que a diversidade seja parte da cultura organizacional.
Só que a liderança inclusiva vai além do discurso, é óbvio. Não dá para ficar apenas no campo das ideias e ignorar grupos que precisam de uma atenção a mais. Isso envolve treinamentos para combater vieses inconscientes (preconceitos, estereótipos, julgamentos), mudanças nos critérios de promoção (por que ignorar um candidato competente apenas pelo gênero ou cor da pele?) e apoio a iniciativas que fortalecem os colaboradores (recompensas, valorização constante, ambiente laboral saudável). Dessa forma, as equipes serão mais diversas e a reputação da empresa perante a sociedade será positiva.
Obstáculos e próximos passos do caminho
Apesar dos esforços, o caminho para um mercado justo e plenamente inclusivo apresenta obstáculos significativos. Resistências culturais, déficits educacionais e a naturalização de práticas discriminatórias permanecem como barreiras. Ao meu ver, não basta ter políticas no papel para ultrapassar esses obstáculos: é necessário colocá-las em prática e ajustar as estratégias constantemente.
Penso que o papel dos consumidores e investidores será cada vez mais relevante neste cenário, já que as pessoas estão cada vez mais conscientes socialmente falando e mais criteriosas acerca da responsabilidade empresarial e injustiças perpetradas por empresas, além de costumarem apoiar marcas que se alinham a seus valores, como citei anteriormente.
Juntamente com isso, a pressão por transparência e práticas inclusivas cresce a cada dia, é claro, mas são os novos padrões de comportamento de compra que vão influenciar nas decisões de negócios. Ou seja, é preciso estar mais atento para questões de igualdade no mercado de trabalho se você quiser que sua empresa obtenha melhores resultados de vendas.
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