É inegável que a educação é o alicerce fundamental para o desenvolvimento sustentável de qualquer organização e sociedade, não concorda comigo?
Deixe eu exemplificar: o ODS 4, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para um mundo melhor, destaca a necessidade de garantir uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade.
No cenário corporativo atual, onde as mudanças acontecem em ritmo acelerado, as empresas que priorizam o treinamento contínuo de seus colaboradores se destacam.
Sabemos da dificuldade em contratar colaboradores qualificados e tem cabido às empresas entregar programas de desenvolvimento.
Porém, esses programas de desenvolvimento são relevantes não apenas pelos resultados financeiros, mas também pelo impacto positivo que geram em toda a cadeia de valor.
Como meu trabalho está alinhado aos ODS e tenho interesse pela educação, por conta do meu mestrado em aprendizagem de adultos nos locais de trabalho e dos treinamentos que ofereço para times de vendas, acho válido trazer alguns pontos sobre o assunto.
Educação e treinamento contínuo não são custos, são investimentos
Em meus mais de 29 anos de experiência na área comercial, percebo que um desafio comum enfrentado por inúmeras organizações está na percepção equivocada de que o treinamento contínuo representa um custo, e não um investimento estratégico.
Sem dúvida, esta visão limitada impede o crescimento sustentável das empresas e compromete seu potencial competitivo no mercado.
Consequentemente, também compromete o ODS 4 em alguma medida.
Como relato no início do meu livro “Vendas: ciência ou intuição?”, conheci, em um evento no consulado brasileiro em Nova York, um conselheiro de um grande grupo varejista e pude ter uma conversa realmente interessante.
Ele relatou que é relativamente fácil conseguir R$ 2 milhões da empresa para construir uma nova loja, mas que é um “parto” para conseguir R$ 200 mil em treinamento para os colaboradores.
Como ele disse: “as empresas investem mais em coisas do que em pessoas, e isso está errado”.
O que fazer, então?
Ao meu ver, a saída é compreender que o conhecimento adquirido se multiplica e gera valor exponencial ao longo do tempo. Isso está explícito no ODS 4.
A resistência em investir na capacitação de equipes por medo da rotatividade reflete uma cultura empresarial que precisa evoluir.
Quando as empresas criam ambientes de aprendizado constante, os níveis de engajamento e satisfação dos colaboradores aumentam naturalmente, o que resulta em menor rotatividade e maior bem-estar.
Segundo uma estimativa da How2Pay Consultoria, uma empresa pode ter de gastar algo em torno de R$ 240 mil a R$ 9,3 milhões com a substituição de um colaborador, de acordo com a hierarquia.
Recrutamento, treinamento, perda de produtividade… tudo isso envolve despesas. Por si só, os números acima já evidenciam a economia que o baixo turnover é capaz de trazer.
E precisamos colocar a saúde dos profissionais na frente dos números, com um olhar mais focado no ser humano, mas nunca sem esquecer os resultados.
Em síntese, o investimento em educação apresenta um retorno e tanto nas empresas.
Um estudo elaborado por Josh Bersin (acesse a publicação original aqui), contou com aproximadamente oito mil profissionais de Recursos Humanos entrevistados e trouxe números interessantes sobre o desenvolvimento de lideranças no trabalho:
– 25% das organizações acreditam no desenvolvimento dos colaboradores para trazer retorno positivo à empresa;
– 17% das empresas tem aumentado os orçamentos de desenvolvimento das pessoas;
– Mais de 60% gastam algo próximo de US$ 500 por ano em gestão e desenvolvimento de liderança por pessoa.
– Empresas com boas práticas de desenvolvimento têm chances três vezes maiores de encantar os clientes e alcançar as metas financeiras;
– Elas têm 17 vezes mais chances de obter uma avaliação de ótimo lugar para trabalhar.
Então, podemos conseguir maiores resultados ao cuidar das pessoas e entregar uma formação de qualidade. Investir em desenvolvimento é o caminho.
Além das técnicas: o desenvolvimento humano como diferencial
O mercado está repleto de treinamentos focados exclusivamente em técnicas, basta pesquisar e você vai encontrar.
No entanto, os profissionais modernos necessitam muito mais do que apenas conhecimentos técnicos para alcançar resultados expressivos, eles precisam, muitas vezes, mudar o comportamento.
Na minha visão, o desenvolvimento humano integral deve ser o centro das estratégias de capacitação.
Isso inclui aspectos como inteligência emocional, gestão do estresse, comunicação efetiva e pensamento estratégico.
Por exemplo, um vendedor que compreende profundamente o processo de vendas e suas nuances psicológicas consegue criar conexões mais autênticas com os clientes.
Nas corporações, o número de afastamentos por burnout cresce a cada ano.
Este dado alarmante evidencia a urgência de programas de desenvolvimento que contemplem aspectos técnicos juntamente com o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores.
Leia também: ODS 3: Como o cuidado com a saúde e bem-estar impacta o sucesso das equipes comerciais
Exemplo de como a educação e o treinamento contínuo fazem a diferença
Proponho um exemplo hipotético sobre a realidade de uma empresa para pensarmos juntos em como solucioná-lo com educação e treinamento contínuo:
Diagnóstico
– Equipe de vendas com baixo desempenho;
– Alta rotatividade de profissionais;
– Baixa motivação e pouca compreensão do produto;
– Ausência de metodologia estruturada de vendas.
Estratégia
– Implementação de programa de treinamento;
– Foco em desenvolvimento técnico e comportamental;
– Mentoria individual para cada profissional;
– Criação de trilhas de aprendizado personalizadas;
– Acompanhamento mensal de indicadores.
Módulos de capacitação
– Inteligência emocional aplicada às vendas;
– Comunicação estratégica com clientes;
– Técnicas avançadas de negociação;
– Gestão do tempo e produtividade;
– Construção de proposta de valor;
– Análise de perfil de comprador.
Fatores de sucesso
– Comprometimento da alta liderança;
– Programa estruturado e consistente;
– Acompanhamento individualizado;
– Metodologia adaptável às necessidades;
– Ambiente de aprendizado colaborativo;
– Consultor capacitado e alinhado aos objetivos da empresa.
Próximos passos
– Expansão do programa para outras áreas;
– Desenvolvimento de lideranças internas;
– Mapeamento contínuo de competências;
– Incentivo à cultura de aprendizado permanente.
Destaco que esse exemplo ilustra como um programa estruturado de treinamento pode transformar completamente os resultados de uma organização e ainda estar alinhado ao ODS 4 e ao ODS 3.
Impacto social do investimento em educação e treinamento contínuo
Considero que o investimento em educação e treinamento contínuo vai além dos benefícios organizacionais e gera impactos positivos em toda a sociedade.
Afinal, profissionais mais preparados contribuem para o desenvolvimento econômico e social de suas comunidades.
O efeito multiplicador do conhecimento se manifesta nas famílias e círculos sociais dos colaboradores que participam de programas de desenvolvimento.
Esse impacto social se alinha perfeitamente aos objetivos do ODS 4 e cria um legado positivo para as futuras gerações.
Por isso mesmo, o compromisso com o desenvolvimento humano fortalece a reputação da empresa e sua conexão com a comunidade.
Resultados sustentáveis por meio da educação continuada
Eu sempre digo que a implementação de programas de educação continuada demanda um planejamento estratégico alinhado aos objetivos organizacionais.
Ou seja, os resultados mais significativos aparecem quando existe consistência e comprometimento de longo prazo com o desenvolvimento das pessoas.
Vale a pena enfatizar:
– Cultura de aprendizado: fortalece a resiliência organizacional e prepara as equipes para enfrentar desafios futuros.
– Programas de desenvolvimento: ao manter programas estruturados de desenvolvimento profissional, as empresas conseguem aumentos expressivos em indicadores como satisfação do cliente, produtividade e inovação.
Mensuração de resultados: além dos números
Quero sublinhar que a avaliação do retorno sobre investimento em desenvolvimento profissional precisa considerar métricas que transcendem os indicadores financeiros tradicionais.
O impacto positivo se manifesta em diversos aspectos da organização:
– Resultados consistentes;
– Retenção de talentos;
– Satisfação dos colaboradores;
– Clima organizacional positivo;
– Inovação.
Reforço que a análise desses fatores permite uma compreensão mais ampla do retorno sobre o investimento em educação dentro das empresas.
Conheça meus serviços
Minha contribuição para a educação e o treinamento contínuo estão presentes na Metodologia Mardegan, que contém treinamentos voltados às equipes de vendas e atendimento ao cliente.
Em outros serviços, como palestras e consultorias, também abordo uma forma de crescimento e desenvolvimento sustentável.
Além disso, em meus livros “Vendas: ciência ou intuição?” e “Seja (im)perfeito”, pude contribuir com minhas visões sobre como conquistar resultados incríveis e cuidar das pessoas, com cases reais, entre outros temas.
Se você se interessou e quer saber mais sobre a Metodologia Mardegan, te convido a acessar meu site neste link e preencher o formulário de contato ao fim da página.
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